Quando a morte chama o amor

Fico orfão do amor na terra.

Sem pedir licença ela invade minha razão,
destroi meus sentimentos,

e te leva sem um último, Adeus.

Morte que me joga num mar de lágrinas,

Que mergulha no desespero da solidão,

E no pânico da tristeza afunda minha vida.

Dos momentos que amei,

todos foram por você.

Da felicidade numa simples sessão pipoca, foram sempre com você.

De tudo a mim você sempre foi atento,

Não tem como cortar este cordão que nos une em lembranças,
E que se faz presente em sonhos.
Tudo é tão real,
Mas quando acordo só me restam as lágrimas em seu travesseiro vazio.

Nada é tão eterno quanto o seu beijo, ou um abraço fraterno.

A morte é uma escrava do destino,

Mas por que te levou agora?
No auge de meu amor,
Na força do meu querer,
Justo no momento em que a felicidade fazia sua morada em mim.

Morri junto,
Sofri sozinho,
Me perdi sem rumo,
Enlouqueci no meio do silêncio da multidão,
Nada mas fazia sentido,
E meus sentimentos eram cacos da desgraça.

Hoje o tempo levou minha dor,
Como a brisa leva areia num deserto.
Hoje caminho sozinho sem sombra,
Hoje estou sereno,
Hoje sou apenas, eu.
E você sempre será o infinito de mim.