Laffa

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Brincalhão, Caretão, Chato, Educado, Inteligente, ( nem tanto, por que dói ! ) Simpático ( Depois de três garrafas de vinho, é claro !) Bom ouvinte, Falo quando pedem ( pois nem sempre querem ouvir a verdade ! ) Enfim, este sou eu... ... baguá mor.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

ROMEU E JULIANO - Capítulo 3

Nosso caminho se cria em nossa frente e sem percebemos somos levados ao encontro do que desejamos, e muitas vezes nem percebemos.
Por isso deixe sempre a porta de suas esperanças aberta.
Nunca se sabe de onde virá o vento da fé abençoada.


Tarde de segunda-feira,

Hospital das Clinicas de Curitiba, chego com meu skate todas as segundas e quartas para tentar ser útil no ambulatório que trata das crianças com câncer.

Lógico que no inicio era mais por obrigação de ajudar meu pai, que estava precisando de auxílio com os inúmeros casos que de todo estado que vem bater na porta.



E sem perceber fui criando um enorme vinculo e, sentindo uma grande troca de favores.
Cada criança trás desde cedo uma lição de vida para nós velhos adultos.
Tamanha simplicidade que já vem ao mundo com problemas de saúde.
Enquanto nós somente sabemos: reclamar, reclamar e por que não reclamar mais um pouquinho?
- Romeu meu querido, que bom que chegou !
- Olá Nilva como vai a enfermeira padrão desde ambulatório?
- Ai Romeu hoje foi uma manhã daquelas, e agora chegou essa criança aqui que acabei de coletar o sangue dele para fazerem os exames, você pode levar lá no laboratório? Pois se esperar pela boa vontade do povo da coleta, só amanhã depois do café.
- Claro Nilvinha minha fofinha e lindinha.
. Pego em suas bochechas morenas e mais que depressa levo um tapa na mão.
- Vaza logo moleque !
Deixo minhas coisas no armário coloco meu jaleco e subo mais que depressa. Pego a amostra de sangue que guardo dentro de uma térmica, caminho depressa em direção ao laboratório que fica em outro prédio.
No caminho vejo Aninha chegando de mão dada com sua mãe. Ela é uma das crianças que acho mais fofinha.
Tem oito anos, pele clara e olhos cor de mel e uma vaidade incomum. Mesmo já carequinha por conta da quimioterapia não sai de casa sem um gorrinho ou chapeuzinho de cata ovo.
Não resisto e vou correndo dar um abraço nela. E ela me recebe com um sorrisão e um abraço de irmão urso como dizemos
- Olá Romeu, aonde você esta indo?
- Não tá indo embora já não né?
- Não minha linda só estou indo lá no hospital levar um serviço.
- Já volto !
- E você como está minha florzinha?
- Estou bem. Olha meu novo cata ovo, foi meu pai que me deu de presente.
- Muito bonito mesmo, gosto da cor laranja.
- Romeu meu filho você sempre de bom humor e carinhoso com todas as crianças.
- Seu pai é só orgulho.
- Capaz Dona Rosa não faço mais que minha obrigação. Agora deixa eu ir não posso demorar.
Saio com meu celular tocando.
- Oi mãe tudo bem?
- Sim meu filho e você está aonde?
- Estou aqui nas crianças.
- Ah tá, meu filho seu pai está chegando hoje de São Paulo, e vou fazer um jantar bem especial para nós, então nada de se atrasar ou ir para vadiagem hoje heim
- Putz mãe, logo hoje que eu tinha um compromisso com uma gata que estou azarando e tal. Mas meu pai é meu pai.
- Acho bom mesmo mocinho.
- Beijão mãe.
Desligo animado em querer ver meu pai, que ficou fora quase dois meses trabalhando numa campanha de transplante de medulas no hospital Sirio Libanês.
No meio da tarde já estou brincando com as criança na sala de recreação, quando olho na porta parada linda, com seu cabelo todo cacheado, olhos negros, pela branca e de um sorrizinho pequeno que não tem como não ficar encantado, minha amiga Doutora Leticia Loth.
- Oi Romeu, como está?
- Oi Leticia tudo bem e você ?
- Fico muito contente em te ver aqui, você anima muito nossos anjinhos.
- Pois é, e eles recaregam minha energia.
Ela meio que envergonhada pega em minha mão e olhando para as criança comenta:
- Elas e você são mais que especial.
Ganho um beijo no rosto que acaba me deixando envergonhado.
Meu telefone toca
- Fala Caio
- Romeu tá onde véio ?
- Aqui no ambulatório do hospital, por que?
- Cara você tem que vim para o barzinho da reitoria, tá rolando uma roda de violão aqui.
- Putz Caio acho melhor não, daqui a pouco tenho de ir para casa, meu pai chega hoje e minha coroa já intimou o jantar em familia.
- Poxa véio só um pouco. Você acredita que aquelas bichinhas do curso de arquitetura estão cantando e fazendo o maior sucesso no bar.
- Eu e o Carlão vamos dar uma surra nelas assim que forem no banheiro e dizer que eles ficaram secando nosso pau enquanto mijavamos.
- Você tá de zoação né?
- To falando sério Romeu, vai ser show dar uma lição nesses viados.
- Até depois.
Desligo o celular preocupado.
- Tenho de ir para lá pois os dois são completamente retardados, ao ponto de realmente partirem para briga pelo simples prazer.

continua...

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