ROMEU E JULIANO - Capitulo 8

Saio mais que depressa de dentro do bar buscando um lugar quieto sem multidão.
Com o boné do Romeu muito bem apertado em minhas mãos para que sei lá, não saia voando.
Vou até a quadra de cima e me sento no meio fio da esquina.
Fico admirando aquele boné azul já gasto com as iniciais LA que é quase a identidade de Romeu.
Cheiro o boné com um doente, quase um viciado eu diria.
E fecho meus olhos para imaginar o que é a essência dele.
Depois de alguns minutos de loucura quase como um sociopata, volto as pressas para dentro do butecão, afim de devolver o boné para Romeu.
E quem sabe ter mais alguns segundos de sua atenção.

- Caramba o que estou você está fazendo? penso comigo.
Estou agindo como um adolescente que se apaixona pela professora, no meu caso professor !
E que leva maçã todas as manhã para ser notado por ele e ter instantes de sua atenção.
- Jú jú,.. aonde você vai ?
- Oh Chipa aonde você estava caramba ?
- Ah estava laçando esse principe encantadinho aqui.
Olho para o rapaz que ela puxa pelo braço, e tento disfarçar a cara de susto falando no ouvido dela:
- Quando você o transformar de sapo para principe, me avise tá fada madrinha !
- Você está bebada já !
- Agora deixa eu entrar que tenho de devolver algo para um amigo.



- Amigo?
- Que amigo?
- Eu já peguei ?
- Esse minha filha nem nos seus contos de fada Alice !
- Ah tá boa bibinha? Quem é o seu amigo ?
- Bem, não é bem meu amigo, mas..
- Quem é bibinha ?
- É o Romeu, viu ele aqui dentro ?
- Romeu ?
- O Romeu Romeu ?
- Sim Chipa, viu ele ?
Nesse momento o "Principe encantado" que chipa estava agarrada, começa a chamar o Hugo ( vomitar ) sem a menor cerimonia no meio do povo.
- Ai mereçooooo...
- Vi o Romeu entrar no banheiro.
- Valeu amiga !
- E trate de devolve logo essa oferenda para o mar, heim !
Atravessando pelo meio das mesas e cadeiras até o banheiro que fica do outro lado.
- Beleza consegui !
Entro no banheiro e me assusto ao ver que está havendo uma forte discussão entre três ogros metidos a Skinhead de um lado e Romeu de frente para eles.
Ao olhar para o canto atrás de Romeu, caído ao chão acoado com um animal em perigo, o rapaz que pouco tempo atrás cantava no palco do buteco.
Com a camisa suja de sangue e o nariz ensanguentado, apavorado e tremendo de pânico.